
Certamente a mobilidade foi o tema mais polêmico para a gestão pública no município de São Paulo nos últimos quatro anos. 340 km de faixas exclusivas de ônibus entregues e 400 km de ciclovias como meta, fechamento da Avenida Paulista para os carros aos domingos, regulamentação do aplicativo Uber e a diminuição da velocidade em grandes vias foram certamente as políticas mais discutidas e, ao mesmo tempo, mais questionadas durante o mandato do prefeito Fernando Haddad.
A proposta foi clara – priorizar o transporte coletivo em detrimento do particular e melhorar o fluxo na cidade – e os resultados também: houve aumento de 66% do número de ciclistas e redução de 38% das mortes relacionadas a bicicleta, queda de 38,5% em acidentes com vitimas e redução de 8,7% da lentidão das marginais, aumento de 5% na velocidade dos ônibus nos corredores, entre outros.
Após a implantação de diversas destas políticas, a aceitação do paulistano para as mudanças no modelo de mobilidade urbana na cidade aumentou. 47% da população passou a ser a favor da redução da velocidade nas vias, 92% aprova a construção de corredores de ônibus, 68% defendem a criação de mais ciclovias e 76% estão satisfeitos com a avenida Paulista fechada para lazer aos domingos.
Apesar dos dados de impacto, tais medidas geram controvérsia e ainda encontram resistência por uma parcela da população. Desta forma, entendemos que nestas eleições o paulistano buscará apoiar candidatos com propostas adequadas ao que acredita ser a melhor forma para viver e conviver na cidade.
ENTENDA AS PROPOSTAS
De acordo com a Folha de São Paulo, as propostas dos principais candidatos no que diz respeito ao transporte não detalham de que maneira elas serão executadas, além de reutilizarem iniciativas antigas que não foram adiante.
Entre propostas que foram resgatadas de eleições passadas, Marta Suplicy (PMDB) propõe a implantação de estações de transferência nos lugares de pontos de ônibus atuais, proposta revisitada de sua própria gestão em 2003. No entanto, nestes 13 anos apenas 3 das 350 estações previstas foram construídas.
Outro importante item discutido pelos candidatos é a modernização do sistema de informações nos pontos de ônibus, que previa painéis eletrônicos que nunca foram implementados. Fernando Haddad (PT) agora promete implementar o modelo.
No que diz respeito a redução da velocidade nas principais vias, Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) defendem a manutenção das velocidades que foram reduzidas nos últimos anos, Celso Russomano (PRB) pretende revisar os limites e Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) prometem revogar a diminuição, retomando assim os altos limites anteriores.
Sobre a política para as bicicletas, Celso Russomano (PRB), João Doria (PSDB) e Marta Suplicy (PMDB) são críticos ao modelo implementado na gestão Haddad. Defendem a revisão da estrutura já existente e não enfatizam a criação de novos quilômetros na malha cicloviária.
A expansão ou modernização de terminais de ônibus também figura entre promessas de Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomano (PRB).
Todos os candidatos defendem o investimento em corredores de ônibus. No entanto, desde 2003 promete-se a criação de 300 km, porém nem 100 km saíram do papel de lá para cá.