
Em diversas partes do mundo, a pandemia de COVID-19 reduziu as taxas de emissão de poluição na atmosfera e, consequentemente, prolongou a vida de certos recursos ecológicos consumidos pela humanidade. Mas pesquisas indicam que, em ambientes onde a qualidade do ar já era ameaçada pela presença de poluentes, a taxa de infecção pelo novo coronavírus aumenta consideravelmente.
O médico Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, foi o único brasileiro entre os mais de 200 cientistas do mundo que se posicionaram diante da OMS sobre a transmissão do vírus em gotículas suspensas no ar. A entidade havia afirmado, até então, que o novo coronavírus se disseminava principalmente por pequenas secreções expelidas pelo nariz e pela boca das pessoas infectadas, que logo caiam no chão.
O documento dos pesquisadores ressaltou que partículas sólidas ou líquidas muito finas e quase imperceptíveis do vírus ficam em suspensão no ar por horas, algo que poderia comprometer a saúde dos cidadãos com a abertura da economia e o tráfego regular em ambientes urbanos. “Por exemplo, você entra no elevador, não vê ninguém e tira a máscara. Se alguém tossiu ou espirrou, a pessoa não está mais ali, mas deixou um lembrete: um suvenir de aerossol possivelmente infectante”, explica o professor da USP.
Com a transmissão aérea tornando-se uma via possível de contaminação, os perigos em locais poluídos se agravariam. É o que destaca a médica presidente o Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, conhecida como “Doutora Poluição”: “Neste caso o vírus poderia permanecer no ar por mais tempo e ser transportado por maiores distâncias. Além da poluição do ar prejudicar os mecanismos de defesa do organismo contra o vírus, poderia ainda contribuir funcionando como um carregador e disseminador dele”, alerta.
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